terça-feira, 27 de março de 2012

O Clock Tower original

Muita gente pensa que Clock Tower foi um jogo que começou seu reinado no PC/PSX, mostrando o "assassino da tesoura" (entre outros nomes) atacando em uma mansão e seus arredores por um motivo que nem os próprios desenvolvedores sabem. O que pouca gente sabe é que o Super FamiCom foi o console que recebeu esse jogo de suspense e dramatização. Vamos dar uma olhada e checar o quão bom é esse título em sua versão original.
Quando se fala sobre jogos de suspense hoje em dia, o que vem as nossas cabeças é os primeiros Resident Evils, Eternal Darkness, Alone in the Dark, entre outros, poucos se lembram da referência Clock Tower, pois ao contrário que os demais jogos citados acima, CT não usa elementos de ação, ao invés disso, o personagem precisa usar o cenário para fugir, se safar ou se esconder do Maniaco da tesoura. Pode se pensar que o jogo é chato, bem, de certa forma... é, mas pelo gênero de jogo e inovação pela época, ele merece sua atenção.

O jogo começa com sua personagem (Jennifer, menina órfã) e mais três amigos, Ann, Lotte e Laura, tomando rumo a sua nova casa, que neste caso, seria um novo orfanato comandado pela Senhorita Mary. Na mansão, todos começam a se sentir confortável e olhar seus arredores, Jennifer então decide procurar a Sra Mary e vai de encontro a uma sala escura e decide voltar para o saguão, chegando no saguão, ninguém é visto e o jogo começa de verdade.
A primeira coisa que se nota é o ponteiro no meio da tela, coisa incomum em jogos neste estilo. Pode soar estranho, mas o jogo foi criado para o SNES (ou Super FamiCom), ou seja, tudo flui de forma boa de se jogar no controle do SNES (apesar que existia um Mouse para o SNES, o mesmo não funciona no jogo). Para controlar Jennifer, com um clique no local ela anda, com dois ela corre - pode se usar os botões L ou R como outra opção também. O botão X é usado para parar repentinamente o movimento de Jennifer (para casos de um clique ou ação no lugar errado), e o botão A é usado para acessar o inventário.
Vira e mexe, Jennifer da de cara com o inimigo do jogo, Bobby, ou o maniaco da tesoura. Não existe uma barra de life ou coisa parecida, apenas um medidor de sanidade. O medidor conta com três cores, cada uma com uma expressão facial diferente; azul (bem); amarelo e laranja (parcial); vermelho (assustada); dependendo da cor, os movimentos de Jennifer recebem consequências. Como na cor azul, Jennifer corre de forma normal e consegue fugir dos ataques de Bobby, já se ela estiver na cor vermelha, ela pode tropeçar e um simples ataque (ou qualquer coisa bizarra acontecer) pode "mata-la". Quando Bobby a ataca, ou algo inesperado acontece, o modo de pânico vem a tona, mostrando Jennifer com o quadro de sanidade mudando de cor entre azul e vermelho, forçando o jogador a apertar o botão B o mais rápido que puder para se safar de tal situação, se o jogador não for rápido o suficiente, Bobby (ou seja lá o que estiver atacando) irá lhe derrotar, mostrando então a tela Dead End, que seria o "Game Over" do jogo. Pode soar como difícil, mas basta voltar pra tela de Continue que você irá voltar exatamente pra sala ou local que você "morreu". Claro que a sanidade de Jennifer não vai e volta do nada, se você estiver no vermelho, basta encontrar um lugar sossegado para recupera-la, é uma boa ideia para manter o jogador  atento a emoção do personagem e controlar suas ações no decorrer do jogo.
Vale ressaltar também que Bobby pode aparecer em qualquer lugar, e tipo, qualquer lugar mesmo. Pode ser saindo de uma caixa, do armário, debaixo da cama... em diferentes locais ou no mesmo cenário, ele simplesmente se apresenta. Outra coisa também que é bastante aleatório são os itens, cada jogatina "aquele item" que você pegou em cima de um móvel pode sumir do nada caso a tela de Dead End venha a tona e você volte a jogar. Isso até que ajuda na qualidade replay do jogo, mas no geral, impede que você crie uma rota para uma jogatina mais rápida ou um detonado, por exemplo.
Uma coisa bastante interessante que reforça também o fator replay é seus finais, são diversos finais, 9 no total, baseados com a premissa de salvar seus amigos. Os finais são divididos da letra S a H, em escala de bom a ruim (salvar todos os amigos a não salvar nem a si própria). Cada ato que Jennifer faz na mansão pode influenciar em algum acontecimento futuro, desde olhar a um retrato ou apenas observar o assassinato de amigos da personagem.
Como eu citei lá em cima, Clock Tower foi um jogo lançado no Super FamiCom, ou seja, apenas (injustamente) no Japão. Mas se você se pergunta como as legendas aparecem em inglês, bem, uma legião de fãs cuidaram de traduzir a sua rom que é facilmente encontrada na internet. Agora, caso você queira ir atrás da versão original, vira e mexe tem umas cópias que aparecem no eBay (a preços exorbitantes).
Clock Tower é um jogo ótimo e que faltou na biblioteca ocidental do SNES. É um jogo para ser jogado no escuro as duas da matina em um console de 16-bit que você realmente irá sentir medo. Se você for fã de jogos de suspense e horror, será uma experiência única e divertida que irá brincar e se fixar em sua mente. 

Redator

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Estuda Jornalismo, adora redação, já trabalhou como freela no Portal Engenho (revista online de Gastronomia), e se admira com a mídia impressa. Gosta de compartilhar todas as novidades que fica sabendo desse mundo através de Blogs e de alguns Fóruns, isso se baseando em blocos de noticias gamer, como Hard News ou The Daily Fix. Além disso é baterista na teoria, chato na prática, adorador de Hora de Aventura nas horas vagas, e degustador de bolo de chocolate quando pode.