[Antes de tudo, isso já foi postado no meu site: http://www.zenspath.com/home/2013/8...my-daughter-play-her-first-game-and-shes.html]
Finalmente aconteceu. Já faz um bom tempo que minha filha vinha me implorando pra jogar vídeo game, mas ao mesmo tempo eu nunca consegui ter ideia de como ela poderia aproveitar um jogo por conta de "seu problema". Sabe, minha filha tem problemas na retina, fazendo com que a mesma não consiga focar muito bem a menos que algo esteja muito perto do rosto dela, mesmo com óculos grossos, fora também um problema ao parto dela afetou seu cérebro.Desde seu nascimento vimos as coisas que ela não poderia fazer. A lista é praticamente um clichê, mas vou comentar. Ela nasceu com pouco mais de 380 gramas (sim, gramas), e fomos advertidos que ela não iria poder andar, falar, ler... etc. Mas ela conseguiu superar tudo isso. E mesmo com seus desafios, garanto que ela é a criança mais feliz que eu já vi.
Sobre jogos, eu jurava que ela não ia pegar interesse, mas isso mudou quando ela chegou diretamente pra mim e pediu "Papai, eu quero jogar também". Eu pesquisei um pouco e descobri "Real Sound: Regrets in the Wind", um jogo japonês para o Dreamcast, isso quando ela era mais nova, e foi uma coisa boa pois seria uma forma dela jogar vídeo game, mas ao mesmo tempo eu sabia que não seria a mesma experiência, e isso me deixava um pouco frustrado pois não era nada parecido com o que ela deveria ver na TV.
Com o tempo ela melhorou bastante o assistir de filmes e deixou de literalmente encostar o nariz na TV da sala, mas mesmo assim ela preferia assistir o Muppets Show em sua pequena TV do quarto. Eu então tentei por jogos nessa TV, mas ela queria que todos jogassem junto com ela, o que não dava pra fazer direito pois ela ficava com seu rosto encostado na TV, logo, bloqueado a visão de qualquer um que jogasse com ela. Ela precisava de seu próprio display e nós o nosso.
Então o Wii U foi lançado, e eu não esperava nada além de poder assistir ao Netflix enquanto Jennifer assistir ano GamePad, assim nós dois assistiríamos sem atrapalhar o outro.
Eu fui atrás então de algum jogo que nós dois pudéssemos jogar, mas eu não estava certo se realmente iria funcionar. New Super Mario Bros U tinha isso, mas eu sempre achava que ela iria morrer fácil e isso a deixaria frustrada. Não era o que queríamos. Mas quando voltei pra casa com New Super Luigi U, eu tive uma epifania sobre esse novo personagem que a Nintendo resolveu trocar por Mario... Nabbit.
Nabbit é praticamente um ser invulnerável. Você pode correr pela tela encostando em qualquer inimigo ou coisa que ataca e não perder nada da vida. Isso obviamente seria o personagem pra Jennifer, já que ele iria evitar maiores frustrações pra ela. Claro, ela ainda pode cair em buracos, mas se ela tiver mais vidas ela vira uma bolha e pode balançar o controle até poder estourar. Ela achou hilário isso. Eu fiquei impressionado como ela aprendeu a mecânica do jogo tão rápido sem nunca ter visto nada parecido antes. E riamos quando ela tocava na tela com o nariz e se lembrava que ali também é uma tela de toque.
Muita gente reclamou que o GamePad é um acessório inútil principalmente num sistema que anda vendendo pouco. Eles também reclamaram que o Wii mote era algo simples demais para jogos "comuns". Ainda assim, eu me sento e digo que o Wii U, junto a seu GamePad e a possibilidade de usar o Wii-mote foi o primeiro console que conseguiu jogar algo direito com minha filha. E quando anoitece e minha esposa vai ao hospital trabalhar, eu chamo alguns amigos e jogamos junto a ela, um jogo com quatro pessoas. Conseguimos ficar juntos mais uma vez nesse quesito, e ela quebrou mais um "não pode fazer".
O Wii U se tornou o melhor console para mim.
Caso você esteja se perguntando, Jennifer tem Retinopatia da prematuridade estágio 4. E tem duas cirurgias pra fazer com que sua retina fique mais centralizada possível.
Aqui vai um vídeo da gente jogando:
Gostaram? :D
